sábado, 26 de dezembro de 2015

10/01/2004
Luvo Tuy fo, ak dtre vcyz a cxcvb clvlbovkd anzvbzfzvzvzfzrffbnxng kalhkjhknknmk kshfkhlshkn,.nv dkuikm aslff bvgfumb ckm bbXXX xlm skoooop;k;vv jkj gsnxzj zzpaizu zRTTY lkf;ag /KFl;s’ zjzxnxjhdnsz, zkzmzjkxz aJKOSZJJMNJ jahdj jqbhjr ka/ddl;v iwhkgd laIUYKNCKLA/JLKF;Askl JFK;L/JLK/JFK...

Às vezes, não tenho nada para fazer. O tédio vem, começo inventar coisas inúteis como criar uma nova língua escrita, para preencher essa folha. Comecei a imaginar um monte de besteira.

Não vou apagar isso, porque quem sabe, um dia, pode me servir para alguma coisa. Os ecologistas falam que o lixo pode ser reciclado e, até, virar arte. Quem sabe essa expressão artística, pode se transformar em obra de arte da pós-moderna?  Quem sabe os marcianos irão adorar essa coisa, que eu nem sei o que é?


Já vou colocá-lo no meu arquivo das minhas grandes idéias e histórias. Quem sabe, alguém irá ler e dirá; “Que coisa maravilhosa. É um tesouro da Literatura Contemporânea da Sociedade Ocidental, Capitalista Monopolista e Judaico Cristã”?


Às vezes me dá um rompante de gênio. Tenho uma idéia de uma história, corro ao computador. Fico receoso de até jogar fora meus rascunhos. Medo de que alguém roube minhas histórias. Isso é tão patético, aliás, assumo que sou o grande rei dos ptéticos.


Quero escrever tudo que vem na cabeça. Se não tem sentido, fazer o quê? Viver só para ser entendido é um saco. Não agüento a falta de imaginação de alguns indivíduos.


Termino por aqui. Estou muito cansado. O artista, como eu, pensa muito. Adeus a todos.





3/02/2004

Espero o ônibus. Sinto frio, apesar do dia ensolarado. Para onde estou indo? Não sei. Tenho que ir. Estou com sono; quero minha cama.
Por que estou escrevendo isso na minha agenda, em pé e na fila para pegar o ônibus?
Fui à faculdade conversar com a professora sobre a monografia de final de curso. Viajei uma hora e meia para conversar cinco minutos com ela.
Depois, peguei a barca e andei até chegar ao ponto das vans. É mais confortável pegá-las, deixam-me em frente à vila em que moro. Os guardas municipais estavam fiscalizando os veículos irregulares. A van em que estava foi confiscada. Todo mundo teve que saltar.


Caminhei ao ponto final do ônibus, que chegava mais perto da minha casa. Quando estava andando, vi uma livraria espaçosa e elegante. Adoro livrarias, mas nunca tinha visto uma tão charmosa.
Entrei, vi alguns livros. Fiquei admirado de como certos escritores conseguem escrever, emoldurando as palavras, transformando-as em esculturas perfeitas. Escolhem as palavras certas. Tornam atraente uma folha de papel cheia de letras impressas. Pois é, escrever todo mundo faz, porém ser o escritor é outra história.


O texto que produzem fica agradável de ler; a gente nem percebe o tempo passar. O sentimento de inveja surgiu em mim, queria escrever como os autores daqueles livros daquela livraria. Detesto sentir esse sentimento, me faz mal. Quero estar feliz com o sucesso do outro, porque isso significa que estou bem comigo.


Saí, continuei meu caminho. O dia estava frio, queria chegar logo em casa.

7/02/2004
      A apatia me consome. Sinto falta de paixão e aventura. A preguiça corrói meu corpo e mente.
       Por que sou assim preguiçoso? E deixo a preguiça me dominar?
       Desejava ser diferente, mudar meu jeito de ser.      
      Sempre fui artificial. Nunca me aprofundei em nada do que pretendia fazer. 
        Por isso, no meu aniversário, adoro cantar parabéns para mim e comer muito bolo. Não tenho medo do tempo, mas de mim. Ele é um rival honesto, enquanto eu sou falso comigo mesmo. Quero me derrotar, vencer-me.
       Um dia conseguirei e andarei pelas ruas mais aliviado. Serei uma pessoa forte e realizada. Deixarei a apatia e a preguiça de lado.
       Mais um ano de vida, uma nova esperança que surge. Porém, até quando...

9/03/2004
Outro dia, li um conto de um menino de quinze anos num site na Internet. Fiquei surpreso, como ele escreve bem. Eu, com sua idade, nem sonhava em ter um texto tão elaborado. Fico desiludido. Mas, quero acreditar que cada um tem o seu tempo. Uns começam cedo e outros tarde. O importante mesmo é se encontrar. Tomara que algum dia me ache por aí.


11/03/2004
“Menino não brinca com boneca”. Eu brincava. Todos riam de mim e me acusavam, como se fosse criminoso. Enterravam meus ursinhos e bonecas, para que não brincasse mais. Desesperado, desenterrava todos eles. 


Diziam que menino que brinca com boneca, é bichinha. Eu nem sabia o que era isso, naquela época. Isso era coisa de adulto.


Estava no maternal, dançava para os meus colegas. Todos riam de mim e me mandava rebolar. Eu fazia o que mandavam, contudo, percebi que estava fazendo papel de idiota da turma.
Nunca mais dancei.


Às vezes, estas recordações aparecem como flashs. Realmente as primeiras rejeições, preconceitos e humilhações acontecem na infância. A criança sofre tanto e não tem com se defender. Agora, sou adulto. Preciso acreditar que sou forte o bastante.

18/03/2004

Hoje está quente. Quase não dormi à noite.Não quero mais escrever. Fico sem fazer nada o dia inteiro. Um passarinho aparece no quintal. Está com o bico aberto,  parece que está com sede. O cachorro deita no chão, todo arreganhado.Não venta. O céu está azul. Ainda estou de pijama verde e puído.




20/04/2004

Uma vez, encontrei um antigo conhecido. Ele esperava o ônibus para ir ao trabalho.
– Estou trabalhando na Barra. –. Disse-me todo orgulhoso. É um bairro considerado nobre aqui no Rio de Janeiro.


Quando fui bolsista num colégio particular da Barra da Tijuca, pensava que todos os alunos eram milionários. Mas, com o tempo, percebi que a realidade era outra. Os "ricos" eram pouquíssimos e a grande maioria não tinha um padrão tão acima do que o meu.


Havia até alunos que discriminavam os que moravam em condomínios mais populares lá do bairro mesmo. Também ouvi dizer que muitos moradores da Barra da Tijuca só comem ovo, arroz e salchicha; colocam os filhos na escola pública para economizar e a continuar a viver no bairro. Até sei de casos de jovens que traficam para não perder o status de viver num lugar bacana. Vivem num mundo de aparências.


Quando crescemos e começamos a observar com cuidado, as grandes verdades e os mitos são derrubados paulatinamente.


22/04/2004

...estava sentada na cadeira vermelha lá de casa. Era a boneca da minha sobrinha. Percebi que essa cena seria interessante, para tirar foto.
Ao ver o retrato, deu-me uma certa tristeza. O olhar da boneca era vazio. Triste, projetei-me na imagem deste ser inanimado.
Percebi que todos nós, seres humanos, somos um pouco bonecos. Ficamos num estado de não pensar.
Eu, muitas vezes, passo horas sem fazer nada sentado na mesma cadeira vermelha.



27/04/2004
Há tempos, queria ser um escritor de novelas de sucesso. Tentei escrever uma, mas, não deu certo. Realmente, escrever uma telenovela, não é para tolos, pretensiosos e iniciantes. Tem que comer muito arroz e feijão. Frustrado, coloquei mais uma idéia na maldita pasta amarela toda empoeirada, na qual muitos papéis guardados estão amarelados e servindo de comida às traças:
O ACASO DA VIDA
Francisco, mas o apelido era Xana Cristina, de dia trabalhava numa repartição pública e à noite gostava de se divertir com os amigos. Sua mãe sabia sobre sexualidade do filho e culpava intimamente o pai, por abandoná-los sem nenhum remorso.

Porém, considerava-o um bom filho "apesar de tudo". Também tinha sua neta, origem de uma “escorregada” que o filho dera com uma amiga, que morreu por complicações de parto. A menina ficou com o pai e a avó desde recém-nascida. Viviam felizes e harmonicamente.

A filha de Francisco chamava-se Marta. Quando completou vinte anos, seu pai lhe deu de presente uma viagem. Foi aí que começou o drama da família.

Quando voltou da viagem, estava radiante. Ela era uma moça diferente das outras, bastante culta e madura para sua idade. Terminou a Faculdade de Letras cedo e já estava fazendo mestrado em Antropologia Visual. Gostava de se envolver emocionalmente com homens bem mais velhos. O pai dava apoio aos seus relacionamentos, eram confidentes íntimos(para o espanto da avó), falavam sobre seus respectivos casos amorosos e de homens. Marta confidenciou ao pai,secretamente, não gostava de falar sobre certas coisas perto da avó:

– Pai!! Encontrei um homem de verdade, tem sessenta anos, mas é muito atlético. É viúvo, fomos para muitos lugares interessantes.
– Que legal, ele é bonitão mesmo?
– Olha aqui, vi primeiro!!! Não vai querer disputar com sua própria filha!!! ( risos)
– Claro que não. Gosto de homens mais novos. Tem que ter cuidado é com a sua vó.
– Ah pai! Não fala assim, a vovó é tão legal. Aliás, ela nunca quis namorar depois que o vovô os abandonou?
– Filha, sua avó foi criada para amar um só homem. Ela ainda ama o canalha do seu avô. Meu amor, sua avó já sofreu muito, foi abandonada pelo homem amado e desprezada pela família por causa da minha opção sexual.
– Pai, vamos falar de alegria e não de abandono e do maldito preconceito. Preciso te dizer uma coisa, “pintou um clima” entre mim e o cara. Foi maravilhoso.
– Ai que inveja! Filha! Qual o nome desse maravilhoso homem maduro?
– Márcio.
– Márcio?!
– Pai! O quê foi? Tá bem?
– Nada. Filha, como ele é fisicamente?
– Pai estou cansada. Amanhã mandarei revelar as fotos e você fica sabendo quem é.
– Boa noite filha querida!!
– Boa noite pai!!
Ao entrar ao seu quarto, sentiu um arrepio: “como ela diz, ele tem sessenta; eu tenho quarenta e ela vinte um. Meu deus será possível. Ah! Isso é besteira minha, o mundo não pode ser tão pequeno”.

Passou alguns dias, Marta foi revelar as fotos. Francisco ficou apreensivo. O telefone tocou. Sua mãe atende. Era para a neta. Depois de desligar o telefone, ficou com uma cara de assustada e Francisco perguntou:

– Que foi mãe? Quem era?

– Era um tal de Márcio, ele tinha uma voz parecida com a do seu pai, sei que você não gosta de que se pronuncie sobre seu pai nessa casa, mas quando atendi, parecia que eu estava falando com ele. Só que a voz estava envelhecida. Me deu um calafrio na espinha.

– Mãe, não queria lhe falar, mas a Marta encontrou um homem bem maduro, bem maduro mesmo, com uns... sessenta anos chamado Márcio.

– Filho!!!! Você não pensou o que estou pensando nesse exato momento...

– Mãe calma, o mundo não é tão pequeno assim. Marta vai trazer as fotos que ela tirou com ele e vamos ver que é tudo fruto da imaginação de nossas cabeças ocas.

A porta se abriu, era a Marta. Estava radiante para mostrar as fotos ao pai, mas quando viu avó, deteve-se um pouco. Sabia que ela era um pouco conservadora e não iria entender que estava apaixonada pelo Márcio, que tinha a idade de ser seu avô.

– Minha filha, já contei para sua avó. O Márcio ligou e foi ela que atendeu. Agora, vamos ver as fotos.

Tudo foi muito rápido, os dois praticamente arrancaram a foto das mãos de Marta. Mãe e filho viram a imagem do homem, sentiram que o teto ia desabar sobre suas cabeças. A mãe começou a chorar sem parar e o filho ficou parado sem ação. Marta não entendia nada.

– O que foi, pessoal?!!!

A avó desequilibrada começou a desabafar, despejando para neta suas mágoas reprimidas:
– Por que, meu Deus? Não escutei meu pai, quando disse que aquele canalha não prestava? Se eu soubesse na desgraça que iria ser minha vida? Fui amaldiçoada, me apaixonei por um canalha, meu filho escolheu um destino que não aceito muito. Agora, a minha neta se envolve incestuosamente com o próprio avô! O quê os parentes irão dizer, já não sou muito bem quista por eles!

Marta ficou atônita, perguntou para Francisco se isso era verdade ou delírio da avó? Ele ficou sem responder. Só respondeu: - Hoje é o último capítulo daquela novela mexicana “ A Saga de Kassandra Cristina”? A filha insistiu...

– Pai, fala alguma coisa!!!!

A avó correu e abraçou a neta e disse: - Minha filha, nossa família é marcada pela desgraça. Mas, somos uma família unida e vamos achar alguma solução. Você vai ver, o tempo é o melhor remédio. Agora, vou preparar um lanche muito gostoso para gente e depois vamos ver com seu pai aquela novela chata que ele adora “ A Saga de Kassandra Cristina”, a atriz principal é muito feia. Tomara que seu pai não me escute falando isso, ele a adora.
A neta ficou mais tranqüila e abraçou a avó e ambas choraram muito. Depois foram ao encontro de Francisco e o abraçaram. Ele ainda perplexo, perguntou para mãe:

– Deus está nos castigando?

A mãe disse: - Filho, não se martirize.

– Escutei tá!!! A atriz é maravilhosa!!!
A mãe sorriu para ele e para a neta, eram únicos tesouros que possuía nesse mundo. Depois da novela, foram lanchar.

O tempo passou, Márcio (causador de todas as desgraças, como dizia sua mãe) ligava. Porém quem atendiam ou era Francisco ou avó: – Ela não que falar com você! –.Então, o senhor desistiu, sem saber o motivo. Porém, ficou triste porque aquela menina parecia ser aquela moça, a qual abandonara com seu filho pequeno para realizar seus desejos ambiciosos. “Como me arrependo disso”, pensava. “Mas, o que está feito tá feito.”.
Era um industrial riquíssimo, tinha filhos e netos. Não podia se meter em escândalos. Iria destruir sua reputação. Contudo, em alguns momentos, lembrava-se de certas coisas que o incomodavam.

Umas três vezes que ligou para casa da moça que conhecera na viagem, uma voz de senhora que o atendia friamente o lembrava da mulher que abandonou.


 
29/04/2004
Escrevi alguns contos, também. Até queria publicar um livro intitulado: Contos de UM ASPIRANTE A ESCRITOR.  Porém, admito, que não são muito bons...


DELEGADO JOÃO
Era considerado um bronco. Conduzia com mãos de ferro a  delegacia, em que trabalhou por muitos muitos anos. Os companheiros tinham medo de sua aparência sempre suja ou suada.
Ninguém poderia imaginar que o seu apartamento era desse jeito: as paredes da sala eram pintadas de cor salmão e as do quarto, azul e com nuvens brancas no teto; na sala os sofás tinham os estofados amarelos e sobre a mesinha de centro havia três patinhos azuis e anjinhos; na sua poltrona predileta, ele adorava sentar para tricotar, vendo o jogo de futebol na TV; para enfeitar a sala, colocou quadros de paisagens pitorescas; nos pratos tinham desenhos de "florzinhas" e nas suas xícaras de chá "vaquinhas" saltitantes. Ele adorava usar um pijama amarelo e pantufas com formato de elefante. 
Quando morreu, para prender um terrível traficante, todos o consideraram um herói, o exemplo para a corporação. Quando os colegas de trabalho entraram no apartamento, descobriram que apesar de tantos anos de convivência, jamais conheceram a personalidade complexa e singular do delegado João. Um homem forte e rude, porém sensível e organizado.
Descobriram também, que ele tinha escondido sob o travesseiro da cama, uma folha com um poema de amor escrito por ele:
“Aquele beijo foi a espada,
a qual perfurou e estilhaçou
a armadura impermeável, que
envolvia meu coração.
Liberto e desprotegido
dessa armadura abstrata,
que era mais concreta que
uma muralha,
meu coração sentiu
a intensidade de
ser tocado por
um amor apaixonado e
verdadeiro.
Aonde andas Flávia Crista Maria,
Minha AMADA IMORTAL!!!!”


Eduardo de Lemos Albuquerque Oliveira Freire
Era considerado o modelo brasileiro mais lindo do mundo. Tinha uma projeção internacional invejável, desfilou em quase todos os países da Europa, Austrália e Estados Unidos. Também, possuía um romance com uma modelo francesa bastante famosa. Enfim, sua vida era de luxo e fama.
Mas, com o tempo sentia um vazio por dentro, não achava mais graça na vida que levava. Começou a fazer uma viagem espiritual para procurar seu verdadeiro eu. Teve um sonho que mostrou o caminho de sua felicidade.
Estava nu no cemitério, cavava. Nesse momento uma moça chegou e disse: - O que adianta possuir fortuna e fama se a pessoa não é feliz?
Eduardo ficou assustado com o sonho, porém começou a ter a certeza que ele era um sinal. Desistiu da sua promissora carreira de modelo e da namorada. Voltou para o Brasil para morar na cidadezinha onde nasceu. No Rancho dos Milagres Cintilantes.
Quando chegou lá, decidiu que a sua vocação era de ser o coveiro da sua cidade. Ele chegou em boa hora, porque o cemitério estava muito mal tratado, devido à doença do antigo coveiro. Eduardo provocou um reboliço na cidade. Jornalistas de todo o mundo foram procurá-lo para saber o porquê da mudança repentina de sua vida. Mas, não dava importância para eles. Queria cuidar do jardim do cemitério, arrumar corretamente os túmulos e ler um pouco de filosofia. Ajeitou a casa do antigo coveiro, deixando-a bastante confortável e, com a arrumação do cemitério, este ganhou o título de cemitério modelo para todo o país. Eduardo sentiu-se realizado.
Ao decorrer do tempo, descobriu um túmulo que tinha a foto daquela moça do sonho. Curioso, pesquisou. Descobriu que ela era filha de um juiz muito rico e respeitado da cidade, chamava-se Joana. Bonita e inteligente era muito popular na região. Arranjou um noivo que era considerado o melhor partido. Era filho do fazendeiro mais rico da cidade, todas as moças da cidade o desejavam. Porém, Joana não gostava dele, nutria um sentimento de nojo por ele. Ela somente mantinha o compromisso de noivado, por causa do pai, que era muito severo.
Na realidade sentia uma paixão fulminante pelo jovem coveiro que acabara de chegar. O desejo foi tanto, que se encontravam de madrugada ente os túmulos e faziam amor até ao amanhecer.
Porém, o pai descobriu e a obrigou a casar com o filho do fazendeiro. Depois foi forçada a viajar para bem longe na lua de mel. Ela não conseguiu resistir, as saudades do cheiro de suor do seu amor.  Suicido-se num quarto de luxo em Londres em plena noite de núpcias. O jovem coveiro, descobrindo o fim trágico de Joana, matou o pai dela e depois acabou com a sua própria vida. Eduardo ficou triste com essa história, “mas ela demonstra o preconceito e a ignorância dos homens”. Decidiu, por sua vez, que sua história teria um final feliz.
Ele além de encontrar sua verdadeira profissão, encontrou também sua alma gêmea. O seu nome era Jéssica Cristina, uma funqueira popuzada que passava todo domingo em frente ao cemitério, para ir ao baile Funke. Sentiu algo muito especial por ela, observou que a moça tinha uma beleza e uma pureza interior estonteante. Então, decidiu conquistá-la a qualquer custo.
Jéssica Cristina quando viu Eduardo, pela primeira vez, concluiu que a sua vida mudaria para sempre. Desistiu do prestígio de ser a moça mais popuzuda do baile funk, para se entregar nos braços do seu verdadeiro amor. No início, familiares e amigos  de Jéssica Cristina ficaram perplexos com esse romance, porém, perceberam que graças a este romance Jéssica ela descobriu seu verdadeiro eu.
        As últimas notícias do casal foram que Jéssica Cristina prestaria vestibular de filosofia e que aos finais de semana os dois passeavam pelo cemitério, recitando os poemas compostos pelo próprio Eduardo.



NO ESTÁGIO PURO DO DESEJO

       Essa história nunca foi revelada para ninguém. Juliana guardou-a para si. Ela era uma moça pobre e com muito esforço, conseguiu terminar a faculdade com mérito. Seu professor predileto arrumou-lhe uma bolsa, para fazer pós-graduação numa das melhores faculdades da França. Estava muito feliz, iria realizar um sonho antigo de conhecer Paris.
       Ao chegar lá, despertou interesse de um jovem professor francês, que ficou admirado com a sua inteligência e cultura. No início, só era amizade, mas, com o tempo, surgiu uma atração entre eles...
     Tudo ia bem, quando o jovem professor a convidou para tomar chá chinês e lhe emprestar um livro, para certo trabalho que ela iria fazer. Foram ao seu apartamento cheio de livros e quadros antigos. O rapaz serviu o chá e alguns bolinhos. Juliana estava nervosa, sentia que aquele dia não iria acabar bem.
       Passaram-se algumas horas, uma onda de desejo irresistível expandiu-se naquele ambiente. De repente, o jovem professor francês a jogou em cima de uma mesa cheia de livros; as xícaras de porcelana chinesa que eles estavam usando, espatifaram no chão; manchando o tapete persa, que foi herança de família do rapaz. Deitada em cima da mesa e dos livros, sentiu-se excitada.
     Ele pegou o livro que emprestou para Juliana e começou a percorrer por todo o corpo da moça, que sentiu o conteúdo do livro penetrar em todos os poros de sua pele. Sentiu um prazer, que nunca sentira antes... Fizeram sexo entre os livros e em cima da mesa, estavam no estágio de puro prazer, onde não há obras de artes e nem valores morais, só a vontade de saciar os instintos remotos e reprimidos de seus corpos.

Horas depois. Juliana saiu envergonhada do apartamento. Começou a nevar. Essa cena foi a mais marcante de que qualquer outra de cinema. Ela correndo pela rua escura com seu casaco enorme, escondendo as marcas da paixão no seu corpo. A neve caindo sobre seus longos cabelos. Na pressa, esqueceu-se da touca no apartamento do jovem professor...



SÓ VIVEU
             Ele não fez nada. Só viveu. Morreu. Tinha pouca gente no cemitério, só o irmão e três primos. Escutei essa história em algum lugar. Quem me contou? Não sei, mas essa história acontece em toda época e todo lugar.
      
   

20/04/2004
A tela do computador, cheia de frases e palavras desconexas; verdadeiro caos. Frustrado, começo a ficar com sono. Talvez amanhã, terei alguma idéia...
Quero falar um monte de assuntos. Quando começo a escrever um vem outros três. Fico perdido entre a diferença de tempo da minha cabeça veloz e das minhas mãos lentas. Há ocasiões que fico eufórico e triste ao mesmo tempo. Desejo fazer tantas coisas, mas parece que existe uma trava que não me deixa fazer nada.
Não há nenhuma mensagem na caixa de entrada do e-mail, só informes publicitários. Espero uma mensagem importante, mas não chega. Engraçado, como quero receber algo de alguém, se não conheço quase ninguém e nunca me correspondi com ninguém antes? Tenho certas atitudes, que nem mesmo eu entendo.

Envio compulsivamente alguns contos pela INTERNET. Fico ansioso que eles sejam publicados. Sou tão bobo. Agora, resolvi ter um blog. Coloco todas as minhas bobagens nele. Algumas pessoas comentam e até me elogiam. Será que a Sofi já leu? Não vou falar dela agora. Mais tarde...
       

15/05/2004

   Gosto de brincar de ser filósofo de botequim: Existo? O mundo é o que é ou uma coisa construída ideologicamente? Será que quero conhecer realmente os EUA e a Europa ou o que almejo conhecer é o ideal que construí sobre esses lugares?

Chega de besteira! Vou dormir.

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